General foi condenado à prisão perpétua.
Argentina perseguiu e matou quem fazia oposição aos militares.
Passaram-se 37 anos desde o golpe que levou ao poder Jorge Videla, em 1976. Nas reações à sua morte, havia a mágoa dos que perderam filhos, pais, mães. "Felizmente ele deixou a face da Terra. Era um genocida, um desumano", disse a presidente das Avós da Praça de Maio.
As mães e avós da Praça de Maio ainda buscam o paradeiro de bebês roubados por ordem de Videla para serem entregues a famílias de militares. Por esses crimes, o general havia sido condenado a 50 anos de cadeia, além de outras duas sentenças de prisão perpétua pela tortura, assassinato e desaparecimento de 30 mil pessoas.
Em 1979, diante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Videla se explicou sobre os desaparecidos. "Eles são uma incógnita. Eles não têm uma identidade, não existem. Não estão mortos nem vivos. Estão desaparecidos", disse.
Durante sete anos, cinco sob o comando de Videla, a Argentina perseguiu e matou quem fazia oposição aos militares. Era um organizado sistema que reuniu forças de repressão de outros países do continente, como Uruguai, Chile e Brasil, a operação Condor.
A matança de opositores era considerada pelo general uma guerra justa. Pelos tribunais onde enfrentou julgamentos, Videla seguiu defendendo tudo o que fez como um serviço à pátria, sem se arrepender de absolutamente nada do que fez.
Com Jorge Videla, vão-se segredos dos anos de chumbo. Ele foi encontrado morto em uma penitenciaria de Buenos Aires. Na Argentina e no mundo, foi consenso: morreu onde deveria.
OBS: Assista o vídeo da matéria em: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/05/morre-o-general-argentino-e-ex-ditador-jorge-videla.html
Fonte: Jornal da Globo, 17/ 05/13, disponível em: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2013/05/morre-o-general-argentino-e-ex-ditador-jorge-videla.html
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