João Fellet
"A partir de hoje entramos em um novo período de aceleração da história que estamos construindo, de mudanças históricas, políticas e geográficas", afirmou o venezuelano.
O presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, disse nesta terça-feira em Brasília, em reunião do Mercosul que
selou a adesão de seu país ao bloco, que o ingresso de seu país inicia
um "período de aceleração da história".
"A partir de hoje entramos em um novo período de aceleração da história que estamos construindo, de mudanças históricas, políticas e geográficas", afirmou o venezuelano.
A reunião, convocada em caráter
extraordinário, ocorre sem a presença do Paraguai, suspenso pelo bloco
após a destituição de seu presidente Fernando Lugo, em junho. Pleiteada
desde 2006, a entrada da Venezuela dependia apenas de aprovação do
Congresso paraguaio.
Fonte: BBC Brasil, 31/07/12, disponível em: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/07/120731_mercosul_venezuela_jf.shtml
Com a suspensão, abriu-se uma brecha para
incorporar Caracas na última cúpula do bloco, em junho. O Paraguai, no
entanto, estuda formas de contestar o ingresso venezuelano.
Nesta terça-feira, o presidente Federico Franco
afirmou que a adesão voltará a ser analisada pelo Congresso paraguaio,
que poderá aceitá-la ou rechaçá-la.
Momento 'histórico'
Em seu discurso, Chávez comparou a entrada da Venezuela com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há dez anos.
"Sinto que o evento de hoje, a entrada da
Venezuela no Mercosul, tem alguma semelhança com o dia em que este povo
querido do Brasil elegeu como seu presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O
povo do Brasil elegeu o Lula e começou a mudar a história".
Ele afirmou ainda que a adesão coincide com um
novo ciclo político na Venezuela. Em outubro, o país terá eleições
presidenciais, em que Chávez concorrerá a um novo mandato de seis anos. O
venezuelano está no cargo desde 1999.
Além de Chávez e da presidente Dilma Rousseff,
também participaram da cerimônia os presidentes do Uruguai, José Pepe
Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner.
Em discurso, Dilma disse que os presidentes do
Mercosul têm “consciência de que há importante trabalho técnico a ser
feito para garantir plena incorporação da Venezuela ao bloco”
A partir do fim de agosto, um grupo de trabalho
terá 180 dias para definir um cronograma de adequação da Venezuela ao
Mercosul. O prazo é prorrogável pelo mesmo período de 180 dias. Para que
a adesão ocorra de fato, a Venezuela terá de fazer uma série de ajustes
tarifários.
Ainda assim, a presidente afirmou que a adesão
do país amplia as capacidades do Mercosul, reforça seus recursos e abre
oportunidades a empreendimentos.
Petróleo
“A Venezuela que tem reservas de petróleo e gás
entre maiores do mundo tem buscado nos últimos anos uma industrialização
que aumente a perspectiva de integrar a produção e empreendimentos
conjuntos entre países”.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul passa a
contar com população de 270 milhões de habitantes, ou 70% da população
da América do Sul.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores, o
PIB do bloco alcançará US$ 3,3 trilhões (83,2% do PIB sul-americano), e
seu território passará a 12,7 milhões de km² (72% da área da América do
Sul).
Em comunicado, o Itamaraty afirma que "a
incorporação da Venezuela altera o posicionamento estratégico do bloco,
que passa a estender-se do Caribe ao extremo sul do continente. O
Mercosul se afirma, também, como potência energética global tanto em
recursos renováveis quanto em não renováveis".
Foto: Presidentes (da esq. para a dir.) Hugo Chávez, Dilma Rousseff, José Mujica e Cristina Kirchner (AP)
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