Agência O Globo
ALEXANDRA MARTINS/Agência Câmara/JC
Diversos deputados contrários à eleição do pastor saíram da reunião
Com 11 votos e
uma abstenção, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados elegeu o polêmico pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para o cargo
de presidente. Antes da eleição, Domingos Dutra (PT-MA) renunciou ao
cargo de presidente, por se recusar a comandar a eleição sem a
participação dos movimentos organizados que estão impedidos de entrar na
sala da comissão.
A reunião ocorreu fechada por
determinação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. Com
Domingos, saíram diversos deputados contrários à eleição do pastor, como
Érika Kokay (PT), Jean Willis (PSOL) e Luiza Erundina (PSB). Mesmo com
apenas 12 integrantes presentes, o pastor conseguiu os votos necessários
para se eleger.
“Não vou presidir uma sessão que
não é aberta, porque essa comissão é dos ciganos, lésbicas, prostitutas,
evangélicos e católicos. Espero que a próxima mesa diretora da comissão
compreenda isso”, disse Domingos ao renunciar.
O
clima foi tenso desde o início da sessão. Ontem, a eleição para
presidente da comissão foi adiada por causa do tumulto por
manifestantes, e hoje ela aconteceu a postas fechadas. Cerca de 30
manifestantes foram proibidos de participar da sessão e fizeram protesto
do lado de fora.
A eleição do pastor é questionada
por ele já ter feito declarações racistas e homofóbicas. Ele já
declarou que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva ao ódio, ao crime e
à rejeição. Em 2011, criou polêmica ao escrever que "os africanos
descendem de ancestral amaldiçoado por Noé" e que essa maldição é que
explica o "paganismo, o ocultismo, misérias e doenças como ebola" na
África.
No início da sessão, Domingos Dutra (PT-MA)
criticou duramente a decisão do presidente da Câmara, Henrique Eduardo
Alves, de fechar a reunião aos manifestantes. “Os evangélicos foram lá
fazer fuxico, e o presidente da Casa só ouviu o lado deles. A decisão de
fechar a sessão foi precipitada, autoritária e parcial. Este é um
triste retrocesso, estamos revivendo os idos de 1964”, acusou Dutra.
O
líder do PSC, André Moura (SE), atribuiu a decisão exclusivamente ao
presidente Henrique Eduardo Alves e criticou Domingos. “O fechamento da
reunião não foi solicitado pelo partido (PSC). Isso aconteceu porque
Domingos Dutra não teve pulso firme para garantir a tranquilidade da
votação de ontem”.
Fonte: Jornal do Comércio, 07/03/13, disponível em: http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=118312
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