O ministro Carlos Alberto Reis de Paula foi eleito o próximo presidente
do Tribunal Superior do Trabalho (TST), para o biênio 2013/2015, em
sessão do Pleno realizada nesta quarta-feira (12). O ministro Barros
Levenhagen será o vice-presidente e o ministro Ives Gandra Martins Filho
o corregedor-geral da Justiça do Trabalho. A posse da nova gestão está
marcada para o dia 5 de março de 2013.
Os três foram eleitos de forma unânime pelo Tribunal Pleno do TST.
Apesar da ausência justificada do ministro Emmanoel Pereira, o ministro
encaminhou cédulas com os votos, que foram contabilizados juntamente com
os demais, pelo vice-procurador-geral do Trabalho, Eduardo Parmeggiani,
escrutinador do pleito.
Para o
presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, a eleição de hoje
demonstra a grandeza, sabedoria e cordialidade da Corte. Ele felicitou
os novos dirigentes ressaltando que apesar de já iniciada, a transição
deverá ser intensificada nos meses que se seguem até a posse.
Simbologia
O presidente eleito, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, foi
congratulado pelo ministro João Batista Brito Pereira, que destacou a
simbologia da data de hoje, 12/12/2012, já que o número 12 representa a
serenidade, prosperidade e equilíbrio. Atributos, segundo ele,
particulares ao presidente eleito que, em sua trajetória, dedicou parte
da vida como seminarista, etapa da qual tem muito orgulho.
Carlos Alberto Reis de Paula agradeceu a confiança depositada pelos
ministros e disse ter consciência dos desafios que o aguardam. Destacou
que a Justiça do Trabalho ocupa hoje lugar ímpar na Justiça Brasileira
pela atuação conjunta de magistrados e servidores em projetos como o
processo judicial eletrônico, o cumprimento das metas estratégicas e a
intensa e efetiva atuação do Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Anunciou que se afastará das atividades hoje exercidas na Universidade
de Brasília (UnB) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assim que
assumir a presidência do TST e do CSJT, aos quais se dedicará "25 horas
por dia". E ressaltou que o Direito e o poder são faces da mesma moeda. E
que, apesar de a urna conferir legitimidade para o exercício do poder,
este deve estar subordinado à humildade. "O ser humano tem muito a dar.
Mas, sobretudo a capacidade de ouvir o outro", concluiu.
Carlos Alberto Reis de Paula
Defensor
da conciliação como meio de solução dos conflitos trabalhistas, o
Doutor em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas
Gerais, e mineiro de Pedro Leopoldo, ministro Carlos Alberto Reis de
Paula, começou a carreira da magistratura como juiz do Trabalho da 3ª
Região (MG), em 1979, após passar em segundo lugar em concurso público.
Logo alçou o cargo de juiz presidente de Juntas de Conciliação – atuais
Varas do Trabalho -, a partir de 1980, sendo promovido por merecimento
ao TRT em 1993. A história do juiz mineiro no TST começou cinco anos
mais tarde, depois da primeira convocação à Corte Superior, em fevereiro
de 1998, foi nomeado ministro em 19 de junho.
Em Brasília presidiu as Terceira e Oitava Turmas, foi diretor da Enamat
(Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do
Trabalho), integrou o Conselho Superior da Justiça do Trabalho e de 2009
a 2011 foi corregedor-geral da Justiça do Trabalho.
Licenciado em Filosofia, professor universitário, autor de livros e
artigos diversos, o ministro Carlos Alberto é conselheiro do CNJ
(Conselho Nacional de Justiça) desde agosto do ano passado, onde preside
a Comissão de Gestão Estratégica, Estatística e Orçamento. De caráter
permanente, a comissão analisa o funcionamento das várias instâncias do
Poder Judiciário, sendo responsável ainda pela pesquisa Justiça em
Números e o orçamento dos projetos estratégicos, além de fomentar a
troca de experiências entre os Tribunais.
As atividades no Conselho permitiram ao magistrado uma visão ampla da
relação entre a sociedade e a Justiça. Para ele, o volume de processos
em tramitação na Justiça brasileira - mais de 90 milhões -, revela que a
sociedade confia no Poder Judiciário. Mas Carlos Alberto acredita que a
judicialização não deve ser o único meio para se buscar a solução de
litígios, e que a conciliação é uma das opções. "Temos de trabalhar para
que o cidadão descubra que ele mesmo é capaz de encontrar caminhos para
os conflitos que surjam."
Antonio José de Barros Levenhagen
Mineiro
de Baependi, o atual corregedor-geral da Justiça do Trabalho iniciou a
carreira da magistratura trabalhista em São Paulo, em 1980. Nomeado por
merecimento ao TRT de Campinas em 1993, chegou ao TST seis anos depois,
onde presidiu a Quarta Turma e integrou o Conselho Superior da Justiça
do Trabalho.
Ex-promotor de Justiça
e juiz de Direito, foi também professor universitário, colaborador em
obras jurídicas coletivas e articulista em revistas especializadas em
Direito. Mas a carreira acadêmica, que lhe rendeu títulos de
especialização em Direito do Trabalho, Direito Processual Civil e
Processual do Trabalho, foi deixada para se dedicar integralmente ao
julgamento de processos. Apesar de deixar os bancos da Academia, a
paixão pela doutrina o levou a dirigir a Escola da Magistratura da 15ª
Região (Campinas) e a Enamat, já no TST, entre 2009 e 2011.
Ives Gandra Martins Filho
Nascido
em São Paulo, o professor e mestre em Direito pela Universidade de
Brasília (UnB) chegou ao TST em 1999, pelo quinto constitucional. Foi
Conselheiro do CNJ e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, e
assessor especial da Casa Civil da Presidência da República.
É presidente da Sétima Turma e da Comissão de Jurisprudência e
Precedentes Normativos, além de professor da Enamat. Coordena as
Revistas LTr e Lex-Magister de Direito do Trabalho e é membro da
Academia Nacional de Direito do Trabalho e da Academia Paulista de
Magistrados.
(Rafaela Alvim/MB - fotos: Aldo Dias e Fellipe Sampaio)
Fonte: TST, 12/12/12, disponível em: http://www.tst.jus.br/home/-/asset_publisher/nD3Q/content/ministro-carlos-alberto-e-eleito-novo-presidente-do-tst?redirect=http%3A%2F%2Fwww.tst.jus.br%2Fhome%3Fp_p_id%3D101_INSTANCE_nD3Q%26p_p_lifecycle%3D0%26p_p_state%3Dnormal%26p_p_mode%3Dview%26p_p_col_id%3Dcolumn-3%26p_p_col_pos%3D1%26p_p_col_count%3D5