02/07/2012 - 18h21
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dados divulgados hoje (2) pelo Serviço Geológico do
Brasil (CPRM) indicam que existem atualmente no país pelo menos 680 mil
pessoas morando em áreas consideradas de risco alto ou muito alto de
deslizamento de terra ou inundações.
O levantamento faz parte do Programa de Gestão de Risco e Resposta a
Desastres Naturais do Governo Federal, coordenado pela Casa Civil da
Presidência da República, e implementado em parceria com instituições
como o Serviço Geológico do Rio de Janeiro, o Centro Nacional de
Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden), o Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e o Ministério
da Integração Nacional.
Esse número ainda deve aumentar, uma vez que a CPRM monitorou, até
agora, cerca de 140 municípios, número que chegará, até o final do ano, a
286 municípios, saltando para 821 em todo país até 2014, quando o
projeto será concluído.
O diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, disse que,
apesar do levantamento ter sido feito pelo órgão em apenas 140
municípios, já foram encaminhados para o Cemaden dados relativos a cerca
de 180 cidades , uma vez que foram utilizadas informações já existentes
em poder de outras instituições e que foram digitalizadas e
geoprocessadas pela CPRM.
“O estudo comprovou, principalmente, que ainda temos muita gente
morando em áreas de risco alto e muito alto. São áreas susceptíveis a
desastres naturais. Seiscento e oitenta mil pessoas moram atualmente em
municípios com áreas consideradas de risco alto ou muito alto –
susceptíveis a desastres naturais”, disse Sampaio.
Entre os municípios já analisados estão dois considerados críticos no
Acre, 58 nos nove estados da Região Nordeste e o restante em todos os
estados do Sudeste e Sul do país.
“Embora tenhamos problemas em toda a parte, a situação mais critica é
na Região Sudeste, em função da maior concentração populacional e da
pressão da população, que leva à ocupação de encostas e morros que não
deveriam estar ocupados por oferecem riscos de desabamento e
deslizamentos de terra”, disse.
Na avaliação do presidente da CPRM, o principal problema é a utilização
inadequada do território. “Se você utiliza uma área que não é própria
para ser usada como moradia e o estado deixa você utilizar, essa área
não tem saneamento básico, não tem segurança e, neste caso, a
favelização é também uma decorrência da má utilização de áreas
impróprias”.
Edição: Fábio Massalli
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