02/07/2012 - 20h05
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor especial da Presidência da República para
Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, defendeu hoje (2) a
decisão do Mercosul de suspender o Paraguai do bloco após a destituição
de Fernando Lugo da Presidência do país e rebateu as declarações do
chanceler do Uruguai, Luis Almagro, de que o Brasil teria pressionado as
negociações para a entrada da Venezuela no grupo.
Em entrevistas à imprensa uruguaia, Almagro disse que o país dele era
contrário à entrada da Venezuela no Mercosul e que a decisão foi
influenciada pelos governos do Brasil e da Argentina. Durante a Cúpula
do Mercosul, na última semana, ficou decidido que o país de Hugo Chávez
fará parte do bloco a partir do dia 31 de julho.
“A posição que o Brasil levou à reunião na Argentina foi fortemente
amparada por critérios jurídicos, pedimos um longo parecer da
Advocacia-Geral da União para ver quais alternativas se aplicavam no
caso. Tanto a suspensão do Paraguai quanto a entrada da Venezuela no
Mercosul, que já havia sido aprovada pelos congressos, foram fortemente
amparados nesse parecer jurídico”, justificou Garcia.
Segundo o assessor internacional, fazer pressão sobre outros países não
combina com o estilo da diplomacia brasileira nem com o a presidenta
Dilma Rousseff, principalmente com nações próximas. “Não fizemos pressão
sobre nenhum país. Foi uma decisão tomada pelos três presidentes e suas
chancelarias, refletiu um consenso político. O Brasil não faz isso e
menos ainda o faria em relação a governos com os quais temos uma
associação tão íntima, seja do ponto de vista geopolítico, seja do ponto
de vista inclusive pessoal, como são os governos do Uruguai e da
Argentina”.
Garcia disse que Dilma reiterou a posição do Mercosul de não aplicar
sanções econômicas ao Paraguai e informou que a Venezuela voltará atrás
na decisão de suspender o fornecimento de combustíveis ao país. “Houve
um acordo do presidente Chávez de manter o abastecimento de combustíveis
para o Paraguai e nós apreciamos muito essa decisão”.
O governo brasileiro, segundo Garcia, manterá compromissos econômicos
firmados com o Paraguai apesar da crise política, inclusive a construção
de uma linha de transmissão entre a Usina Hidrelétrica de Itaipu e a
capital paraguaia, Asssunção. “O Brasil não criará nenhuma dificuldade
de ordem econômica”.
Edição: Rivadavia Severo
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