05 de julho de 2012 • 18h44 • atualizado às 19h38
Os ex-ditadores argentinos Jorge Videla e Reynaldo Bignone, à espera da sentença no histórico julgamento em Buenos Aires
Foto: AP
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O ex-ditador argentino Jorge Rafael Videla foi condenado
nesta quinta-feira a 50 anos de prisão por rapto de bebês como parte de
um plano sistemático executado durante o último governo militar na
Argentina (1976-1983). A Justiça do país considerou provados seus crimes
contra a humanidade "por meio da prática sistemática e generalizada de
subtração, retenção e ocultação de crianças menores de 10 anos" no
contexto de um "plano geral de aniquilação" contra parte da população
civil com o argumento de acabar com a "subversão" durante a ditadura
militar.
Considerado um processo "emblemático" pelas organizações de Direitos
Humanos, o julgamento começou com uma denúncia das Avós da Praça de Maio
e envolveu mais de 30 casos. Além de Videla, sentaram-se no banco dos
réus o também ex-ditador Reynaldo Bignone, condenado a 15 anos, Antonio
Vañek, almirante reformado condenado a 40 anos, o ex-capitão de fragata
Jorge Eduardo Acosta, sentenciado a 30, e o ex-general Omar Riveros, a
20, entre outros repressores da ditadura militar.
Sentado na primeira fila, Videla escutou, sem demonstrar qualquer
reação, o anúncio de sua pena, que se soma a uma de prisão perpétua
também por crimes contra a humanidade em seu período à frente do governo
argentino. Segundo estimativas de organizações humanitárias, 105
crianças que foram raptadas durante a ditadura recuperaram suas
identidades, embora ainda haja mais de 400 denúncias pendentes por casos
similares.
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