Adolescentes Educomunicadores realizaram uma entrevista coletiva com a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), nesta sexta-feira (13), durante a 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Os entrevistadores levantaram questões sobre o papel da Secretaria de Direitos Humanos, crianças com deficiência, abrigos, mega-eventos e conselhos tutelares, povos indígenas e preconceitos.
Andressa,
de Rio Branco (AC), quis saber como é o dia-a-dia da ministra. Maria do
Rosário falou sobre o trabalho articulado com as outras pastas do
governo e explicou as linhas gerais de atuação na prevenção contra a
violência e nas ações de defesa da vida implementadas pela SDH/PR.
Webert,
por sua vez, criticou a linguagem utilizada pela comunicação oficial, a
seu ver “muito careta”. O adolescente do Distrito Federal quis saber o
que poderia ser feito para tornar essa linguagem mais acessível ao mundo
das crianças e adolescentes. Rosário reconheceu o problema e explicou
que a Secretaria de Direitos Humanos ainda trabalha com uma estrutura
que não permite, por exemplo, a plena utilização do portal da
instituição. “Mas isso a gente vai avançando aos poucos, já estamos
trabalhando para melhorar nosso site”.
A
pergunta sobre os abrigos para crianças e adolescentes veio da
representante do Piauí, Naira. Ela deu o exemplo concreto de uma amiga
que não foi bem atendida num desses espaços. A ministra mais uma vez
reconhecer o problema e disse que o grande desafio é garantir o resgate
do convívio familiar, pois na maioria das vezes a criança ou o
adolescente tem algum parente a quem pode recorrer. “Abrigo não é
depósito, ali tem seres humanos”, disse a ministra, lembrando que muitas
vezes o jovem é abrigado sem o conhecimento de um juiz responsável,
como determina a lei.
Gabriel,
do Espírito Santo, quis saber sobre o direito de crianças e
adolescentes indígenas, lembrando que eles têm enfrentado bastante
dificuldade até mesmo para serem respeitados em sua diferença. “De fato,
os que estão aqui são nossos heróis indígenas. Temos que trabalhar
parar fazer uma conferência que respeite todas as culturas e etnias. E
quem sabe perguntar aos indígenas se eles topam organizar a próxima
conferência em seus territórios”, disse Rosário.
A
pergunta seguinte veio de Lorena, do Amazonas, e foi sobre os direitos
da criança com deficiência. A ministra Maria do Rosário fez referência
ao Plano Viver sem Limite, que prevê investimentos da ordem de R$ 7
bilhões em diversas áreas, inclusive Educação, com o objetivo de remover
barreiras físicas e arquitetônicas e superar o preconceito para que as
pessoas com deficiência tenham as mesmas oportunidades que as pessoas
sem deficiência.
Larissa,
do Rio de Janeiro, e Bruna, de São Paulo, perguntaram sobre as
violações de direitos em mega-eventos, como a construção da Usina de
Belo Monte. “O Brasil tem uma grande oportunidade de ampliar sua
estrutura com esses grandes eventos. Mas temos que garantir que eles
sejam feitos sem violações”, disse a ministra, que esteve em Carajás
para dizer aos trabalhadores que as crianças que vivem nas vilas do
entorno merecem o mesmo respeito que seus filhos. Maria do Rosário
relacionou uma série de medidas concretas implementadas pelo governo
federal na região de Belo Monte, como um Centro de Referência em
Direitos Humanos e uma Casa de Governo, que coordena todas as atividades
na região.
A
necessidade de fortalecimento dos Conselhos Tutelares foi o tema da
pergunta de Anderson, representante da Paraíba. Ele citou o exemplo de
um conselheiro que demonstrou preconceito com um adolescente
homossexual. “Existem pessoas preconceituosas em vários setores e a
superação desse problema se dará a partir da mudança de cultura na
sociedade, que é uma mudança de Direitos Humanos”, respondeu a ministra
Maria do Rosário. Ela disse ainda que é possível estabelecer um
mecanismo para que atitudes preconceituosas sejam motivo para a perda do
mandato do conselheiro.
Educomunicação – Com
o objetivo de informar em tempo real as atividades da 9ª Conferência
Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, sob a ótica jovem,
foi criada a Agência Jovem de Notícias – Educomunicação. No total, 66
adolescentes, sendo 60 dos 26 estados e o Distrito Federal e seis do
Projeto Vira Vida, do Sesi, se revezam na cobertura, que traz todas as
atividades do evento. Todas as etapas estaduais da conferência contaram
com a cobertura da Agência Jovem.
Assessoria de Comunicação Social
Fonte: SDH-PR, 13/07/12, disponível em: http://portal.sdh.gov.br/clientes/sedh/sedh/2012/07/13-jul-12-maria-do-rosario-e-sabatinada-por-adolescentes-durante-a-9a-conferencia-em-brasilia
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