19/06/2012 - 21h30
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Cerca de 2 mil pessoas participaram, no início da
noite de hoje (19), de uma manifestação contra grandes empresas
instaladas no país responsáveis por impactos ambientais e violações de
direitos humanos. O ato contou com a presença de representantes de
movimentos sociais, sindicatos e moradores de comunidades impactadas por
empreendimentos industriais, que estão no Rio participando da Cúpula
dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.
A passeata, que foi em direção ao Palácio Gustavo Capanema, no centro
do Rio, teve como objetivo chamar a atenção das autoridades sobre a
responsabilidade das empresas quanto às condições de vida da população
que mora em áreas prejudicadas com impactos ambientais, após suas
instalações.
Os manifestantes criticaram também a atuação dos bancos privados e das
instituições financeiras, como o Banco Mundial e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Social (BNDES), que, segundo eles, na maioria das vezes,
financiam grandes empreendimentos violadores de direitos. Os
manifestantes acreditam que, na Rio+20, esses grupos vão apresentar
“falsas soluções” para os problemas ambientais.
"Se o povo não se mobiliza, o governo não age. Eu resolvi participar
para poder chamar a atenção dos governantes quanto às empresas que têm
poluído e devastado o meio ambiente", disse o colombiano Oscar
Rodrigues, 30 anos, que atualmente mora no Rio de Janeiro e faz parte do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Os participantes lembraram ainda o vazamento de petróleo da empresa
Chevron, na Bacia de Campos, no norte fluminense, e criticaram a postura
do governo do Rio quanto às denúncias de favorecimento da empreiteira
Delta em licitações de obras públicas no estado. Eles mostraram seu
descontentamento com faixas e cartazes, além de máscaras faciais com
nomes de empresas que exploram recursos naturais como a Vale e a
Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA).
Eles alegaram que ocorrem graves casos de crimes ambientais e violações
de direitos a partir da apropriação indevida de terras, remoção de
comunidades, além de contaminação do ar e da água, causando impactos na
saúde das pessoas.
A integrante da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen) Laila
Rocha, de 27 anos, ressalta que é preciso tomar medidas emergenciais e
levar a sério os problemas ambientais. "Enquanto nós não tivermos
solidariedade entre os povos, entre as culturas, entre as nossas
comunidades, a gente não vai conseguir nunca alcançar uma economia
sustentável, a paz e a união entre os povos. Porque a água está
acabando, a comida está acabando e, aí, como vamos sobreviver no
planeta?".
Acompanhe a cobertura multimídia da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na Rio+20.
Edição: Lana Cristina
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