“Não há orientação para a Comissão [da
Verdade]. É uma comissão de Estado que não se subordina a ninguém”,
disse hoje (21) o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson
Dipp, coordenador da Comissão da Verdade, ao negar qualquer instrução do
Palácio do Planalto para que os trabalhos começassem apurando casos de
mortos e desaparecidos no período da ditadura militar (1964-1985).
“Nunca foi pedido pra mim ou indicado nada a não ser cumprirmos a
lei, para que recuperemos aquilo que digo sempre: a história e a memória
do Brasil”, sublinhou, após reunião extraordinária de quatro membros da
comissão (além dele, José Carlos Dias, Cláudio Fonteles e Rosa Maria
Cardoso da Cunha) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Cardozo também insistiu na autonomia da Comissão da Verdade. “Quando
forem, os membros da comissão, decidir sobre quem presta depoimentos,
qual estratégia de investigação, ela é absolutamente autônoma e nenhum
membro do governo irá participar dessas decisões”, disse o ministro. “A
lei diz que essa comissão vai buscar a verdade. A maneira pela qual ela
vai fazer isso, as pessoas que serão ouvidas, as investigações, são de
absoluto critério e autonomia da comissão”, continuou Cardozo.
O ministro da Justiça esteve com os quatro membros da Comissão da
Verdade no final desta manhã no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB),
em Brasília. O centro, que já serviu ao ex-presidente Lula durante a
reforma do Palácio do Planalto e à equipe de transição da presidenta
Dilma Rousseff após as eleições de 2010, será o local de trabalho dos
integrantes do colegiado e da equipe de assessores.”
(Agência Brasil)
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